Informação sobre apnéia, causas, sintomas e tratamento da apnéia do sono, identificando o diagnóstico de apnéia do sono obstrutiva e central, com dicas que permitam a cada pessoa identificar este problema de modo a tomar medidas adequadas.


sábado, 4 de agosto de 2012

Orientações para uma boa noite de sono

HORA DE DORMIR E ACORDAR
Tenha hora para deitar e acordar, evite dormir fora do horário estipulado, por exemplo, a tarde. Observe no dia seguinte se o sono foi sufi ciente para deixá-lo disposto.

ÁLCOOL, CIGARRO E ESTIMULANTES
Devem ser evitados, o álcool no início do sono pode ajudar, mas durante a noite deixa o sono mais leve e entrecortado. A nicotina, o café e o chá mate e/ou preto têm cafeína que é estimulante e pode permanecer até sete horas no sangue. Refrigerantes tipo cola e guaraná em pó são estimulantes.

QUARTO
Deve ser escuro, com temperatura entre 15 e 25 graus, com pouco barulho (desligue a TV e o rádio), a cama deve ser adequada e o travesseiro na altura do ombro.

ALIMENTAÇÃO
Á noite deve ser leve e no máximo duas horas antes de deitar, evite alimentos muito calóricos que difi cultam a digestão e atrapalham o sono.

EXERCÍCIOS
Devem ser praticados pela manhã ou à tarde, à noite devem ser leves tipo caminhada, ioga ou hidroginástica.

NÃO TOME REMÉDIOS E RELAXE
Medicamentos para dormir só com receita médica e em casos especiais, pois causam dependência, prefi ra uma música suave e uma boa leitura ao deitar.

Tratamento cirúrgico da apnéia do sono

O tratamento cirúrgico da síndrome da apnéia obstrutiva do sono envolve diversas técnicas cuja aplicação tem como objectivo comum alargar o espaço das vias aéreas superiores, e assim reduzir a possibilidade de colapso das vias respiratórias, estabilizando a passagem de ar a longo prazo. É importante sublinhar que, antes de qualquer cirurgia, o doente com síndrome da apnéia obstrutiva do sono deve ser observado por especialista do sono e deverão fazer-se todas as tentativas no sentido de conseguir-se uma tolerância razoável para o uso do CPAP, incluindo uma máscara nasal confeccionada  especialmente para o doente, humidificação do ar inspirado e intervenção médica e/ou cirúrgica ao nível dos ouvidos, nariz ou garganta de modo a criar condições que facilitem o uso do CPAP .

Traqueostomia
A traqueostomia, operação destinada a restabelecer a passagem de ar entre a traqueia e o exterior, no caso de obstrução das vias aéreas superiores, foi o único meio de tratamento eficaz da apnéia obstrutiva do sono antes da descoberta do CPAP em 1981. Trata-se de uma intervenção invasiva com efeitos negativos importantes no plano social e que está associada com múltiplas complicações, apenas se justificando em casos muito graves de apnéia obstrutiva, mas deve ser sempre considerada como um último recurso.

Uvulopalatofaringoplastia
Descrita no Japão nos anos 50 para tratamento da roncopatia, a uvulopalatofaringoplastia consiste na remoção da úvula, de parte do tecido mole do palato, com ou sem remoção das amígdalas. Introduzida mais tarde nos Estados Unidos, por volta dos anos oitenta, revelou-se com uma eficácia limitada no tratamento da apnéia obstrutiva do sono e uma causa de morbilidade e mortalidade significativas. Uma remoção excessiva dos tecidos do palato pode ter consequências graves ao causar fenómenos de regurgitação nasal e alterações na linguagem verbal, além de tornar muito mais difícil o uso posterior do CPAP.
Mais recentemente, foram introduzidas modificações técnicas na úvulopalatofaringoplastia, mas os resultados  entretanto verificados são ainda imprevisíveis, tendo ocorrido mesmo um agravamento da apnéia obstrutiva do sono, com um aumento do índice IAH superior a 100%.

Cirurgia de avanço maxilomandibular
Esta cirurgia baseia-se em técnicas cirúrgicas ortognáticas, é complexa e implica procedimentos cirúrgicos altamente especializados. A sua eficácia foi demonstrada em diversos estudos retrospectivos.

Distúrbios Respiratórios Relacionados ao Sono

A Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (CIDS) refere que os distúrbios respiratórios relacionados ao sono são, Síndromes da Apnéia Central do Sono, que correponde a ausência do fluxo aéreo e ausência do esforço respiratório, Síndromes da Apnéia Obstrutiva do Sono, que corresponde a ausência do fluxo aéreo e manutenção do esforço respiratório, Síndrome Apnéia Mista do Sono, que ocorrem tanto padrões obstrutivos quanto de apnéia central, sendo possível observar um período sem esforço, seguido de aparecimento de esforços respiratórios também sem fluxo de ar em um único episódio apnéico, e Síndromes da Hipoventilação/ Hipoxemia relacionadas ao Sono causadas por condições médicas e outros distúrbios respiratórios relacionados ao sono.

Consequências da apnéia do sono

A síndrome de apnéia obstrutiva do sono consiste numa condição clínica que está associada a algumas conseqüências importantes que influenciam na morbi-mortalidade deste distúrbio, nomeadamente:
  • Sonolência diurna excessiva
  • Acidentes (trânsito, domiciliar e no trabalho)
  • Síndrome metabólica
  • Hiperglicemia/resistência à insulina
  • Dislipidemia
  • Aumento sérico de leptina
  • Hipertensão arterial sistêmica
  • Fibrilação atrial
  • Infarto agudo do miocárdio/isquemia miocárdica
  • Hipertensão arterial pulmonar
  • Aterosclerose
  • Disfunção erétil
  • Inflamação sistêmica (aumento da PCR, IL-6 e TNF-alfa)
  • Ativação plaquetária e aumento do fibrinogênio
  • Fibrose pulmonar idiopática
  • Manifestações oftalmológicas

Apnéia do sono e obesidade

A maioria dos obesos que ronca e tem gordura localizada na região do tórax e abdômen sofre de apneia do sono. Essa doença crônica, responsável pela falta de oxigênio no cérebro, atua como uma condição de stress e provoca alterações metabólicas associadas a aumento da gordura abdominal e maior risco de diabetes.
A obesidade é uma doença multifatorial causada por influências genéticas e ambientais. Entre os fatores predominantes que podem favorecer a doença estão os de ordem emocional, consumo de determinados medicamentos, sedentarismo e estresse.
“O estresse causado pela apneia do sono parece ser um dos vilões responsáveis pelas alterações metabólicas que se associam à obesidade. Isso porque é por meio da falta de oxigênio no cérebro e no sangue que o organismo libera o cortisol, de forma excessiva, num momento em que o corpo deveria produzir esse hormônio em menor quantidade. Como esse hormônio é liberado em excesso pelo organismo durante o sono, a pessoa apresenta maior tendência a desenvolver alterações no metabolismo, como aumento de glicemia, pressão arterial, lípides (gordura), centralização de gorduras no tronco e abdômen. E todas essas alterações também são favoráveis para o desenvolvimento do diabetes e doenças cardiovasculares”.
Quando uma pessoa para de respirar, automaticamente ocorre falta de oxigênio no cérebro, uma ameaça à vida.

Apnéia do sono e os grandes riscos para a sua saúde

Pesquisas recentes mostram que a roncopatia (ronco) e a apnéia do sono estão relacionadas com muitos outros graves problemas de saúde.
O não tratamento destas é fator de risco que contribui para o aumento da pressão arterial, de doenças cardíacas, de derrames cerebrais, diabetes e depressão.
  • Mais de 35% de indivíduos que sofrem de apnéia do sono têm uma pressão arterial elevada, aumentando o risco de virem a sofrer de doenças cardíacas.
  • Significativamente, 83% das pessoas que sofrem de pressão arterial alta apesar de tomarem três ou mais medicamentos, também sofrem de apnéia do sono.
  • Quase 70% das pessoas que sofreram um acidente cardiovascular sofrem de apnéia do sono.
  • Uma pessoa com apnéia do sono tem sete vezes mais chance de sofrerum acidente automobilístico do que uma pessoa “sem apnéia do sono”. 

Apnéia do sono, Ingestão de álcool e Tabagismo

A ingestão de álcool aumenta a resistência nasal e faríngea em indivíduos acordados, tendo-se verificado que a ingestão de álcool ao deitar pode ter efeitos nocivos na respiração nocturna e, inclusive, na duração dos eventos apneicos/hipopneicos. Uma associação entre o consumo de álcool e o ressonar tem sido demonstrada de forma consistente em diversos estudos epidemiológicos .

Diversos estudos epidemiológicos mostraram também uma associação positiva entre o hábito de fumar cigarros e a síndrome da apnéia obstrutiva do sono, sendo diversos os mecanismos pelos quais o fumo afecta a síndrome da apnéia obstrutiva do sono (instabilidade durante o sono e inflamação da mucosa das vias aéreas).

Tratamento da apnéia do sono

A forma mais conservadora de tratamento das apnéias do sono e da hipoventilação da obesidade é também a mais bem aceita pelos pacientes.
É ainda, considerada a forma mais eficiente de tratamento. Consiste do uso de pressão positiva aplicada às vias aéreas superiores durante o sono, através de máscara nasal ou facial.
Atualmente existem diferentes modos de aplicação da pressão positiva nas vias aéreas:
  1. o modo clássico aplicado à maioria dos pacientes, utiliza pressão positiva contínua por meio de dispositivo apropriado  chamado aparelho de CPAP (Continuous Positive Airway Pressure);
  2. outro modo, geralmente aplicado aos pacientes obesos hipercapneicos, utiliza pressão positiva em dois níveis, inspiratório e expiratório, por meio de aparelho de BiPAP (Bi-level Positive Airway Pressure);
  3. por fim, aparelho com ajuste automático dos níveis de pressão positiva denominado de Auto-CPAP constitui uma variante do método clássico ficando reservado a situações mais específicas.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Tratamento da síndrome da apnéia obstrutiva do sono

O tratamento do paciente com síndrome da apnéia obstrutiva do sono objetiva, a curto prazo, tratar os sintomas associados e a longo prazo tratar ou evitar as complicações da doença, sobretudo as cardiovasculares.
Os tratamentos propostos incluem medidas de higiene do sono, utilização de dispositivos nasais e/ou intraorais, cirurgias nasais, faríngeas e crânio faciais.
O tratamento clínico mais recomendado atualmente é a Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas. A prescrição do CPAP nasal é médica, porém o profissional que geralmente o ajusta e monitora nos hospitais é o fisioterapeuta devido ao seu maior conhecimento técnico para com o mesmo e por conseguir acompanhar o paciente por um período de tempo maior.
Nápolis (2008) diz que o tratamento fisioterapêutico objetiva promover uma ventilação e oxigenação noturna normais; reduzir ou abolir o ronco; e eliminar a fragmentação do sono.

Diagnóstico da síndrome da apnéia obstrutiva do sono

O diagnóstico é dado através da história clínica, exame físico, aplicação de questionários, testes de registro simplificados até polissonografia clássica, esta que é considerada “padrão-ouro” para diagnosticar a síndrome da apnéia obstrutiva do sono.
Segundo Silva (2008) a polissonografia (PSG) é um termo genérico que se refere ao registro simultâneo de algumas variáveis fisiológicas durante o sono, tais como, eletroencefalograma, eletrooculograma, eletromiograma, eletrocardiograma, fluxo aéreo (nasal e oral), esforço respiratório (torácico e abdominal), outros movimentos corporais (através da EMG), gases sanguíneos (retração da oxi-hemoglobina- Sp02, concentração de dióxido de carbono), posição corporal, entre outras.

Epidemiolodia da síndrome da apnéia obstrutiva do sono

A síndrome da apnéia obstrutiva do sono é considerada um problema de saúde pública potencialmente tratável e, em virtude de suas consequências, vem ganhando progressiva atenção da comunidade médica.
A prevalência da síndrome da apnéia obstrutiva do sono varia de 0,8% a 24%4 na população geral, sendo comparável a outras doenças crônicas como doença arterial periférica, epilepsia e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).
Na análise por sexo os estudos demonstram maior frequência de síndrome da apnéia obstrutiva do sono entre os homens do que em mulheres, em uma proporção de 2:1. A menopausa aumenta a chance de desenvolver síndrome da apnéia obstrutiva do sono, mas o efeito da reposição hormonal é controverso.
A prevalência de síndrome da apnéia obstrutiva do sono é diferente entre os diversos grupos étnicos. Os aspectos mais chamativos verificam-se nos afroamericanos.
Um estudo demonstrou que os afro-americanos jovens apresentam maior probabilidade de possuir síndrome da apnéia obstrutiva do sono, diagnosticada por polissonografia domiciliar, quando comparados com caucasianos. Outra pesquisa revelou que os afro-americanos apresentaram uma chance 2,5 vezes maior de possuir síndrome da apnéia obstrutiva do sono grave quando comparados com brancos, mesmo após ajuste para o IMC, sexo e idade.
Os estudos deixam realçar que as diferenças de prevalência decorrentes de faixa etária, sexo, etnia e peso corporal somam-se também às diferenças metodológicas quanto à obtenção do diagnóstico de síndrome da apnéia obstrutiva do sono (polissonografia laboratorial, domiciliar, monitorização cardiorrespiratória e oximetria noturna). A tecnologia empregada para a quantificação do fluxo nasal também é bastante variável nos diversos métodos. Os estudos que utilizam termístores ou termopares, menos sensíveis, provavelmente subestimam o número de eventos respiratórios durante o sono quando comparados
com estudos que utilizam transdutores de cânulas de pressão, mais sensíveis. Além disso, a definição de síndrome da apnéia obstrutiva do sono empregada também difere entre os estudos.

Sintomas da síndrome da apnéia obstrutiva do sono

Os sintomas da síndrome da apnéia obstrutiva do sono são primariamente noturnos e posteriormente diurnos.
Os noturnos são, ronco alto e freqüente, pausas respiratórias, sensação de sufocamento, engasgos, todos estes na maioria das vezes relatados pelo parceiro(a) de quarto; além de nictúria, boca seca, sialorréia e despertares.
As consequências diurnas são, sonolência diurna excessiva, fadiga, alterações neurocognitivas (déficit de atenção, memória, concentração, reflexo e dificuldade de aprendizado), alterações comportamentais (mau humor matinal e irritabilidade), cefaléia matinal, diminuição da libido e impotência sexual.
Existem ainda fatores associados como a obesidade, hipertensão arterial sistêmica, hipertensão pulmonar, fragmentação do sono, arritmias cardíacas relacionadas ao sono, angina noturna, cardiopatia isquêmica, cor pulmonale, refluxo gastroesofágico, prejuízo da qualidade de vida e insônia, que são características importantes.

Causas de síndrome da apnéia obstrutiva do sono

Os mais potentes fatores capazes de desencadear a síndrome da apnéia obstrutiva do sono são a obesidade (particularmente a adiposidade central), o sexo masculino e a idade avançada. O grau de obesidade guarda relação direta com a prevalência de apnéias obstrutivas. Nos indivíduos com sobrepeso a prevalência da síndrome da apnéia obstrutiva do sono chega a 30% a 40%, enquanto naqueles com índice de massa corporal (IMC) acima de 40 kg/m2 a prevalência alcança mais de 90%. A obesidade aumenta a colapsabilidade faríngea tanto pelo efeito mecânico dos tecidos moles do pescoço sobre a faringe e da redução do volume pulmonar que acontece nesses pacientes quanto por deterioração do controle neuromuscular, vinculado à ação de adipocinas. Nesse grupo de indivíduos as diferenças na distribuição e na atividade metabólica do tecido adiposo podem modificar os componentes mecânico e neural da colapsabilidade faríngea, favorecendo a ocorrência de apneias obstrutivas.
A prevalência de obesidade entre os portadores de síndrome da apnéia obstrutiva do sono também é alta. Diversos mecanismos ligados à privação de sono e à descontinuidade do metabolismo parecem agravar o estado de obesidade dos pacientes com síndrome da apnéia obstrutiva do sono, por meio da resistência à leptina e do aumento dos níveis de grelina, promovendo aumento do apetite e da ingestão calórica, e por intermédio da resistência à insulina, levando ao diabetes.
Com o aumento progressivo da obesidade, a síndrome da apnéia obstrutiva do sono pode contribuir para a instalação, nesses pacientes, de hipoventilação alveolar, mesmo diurna, desenvolvimento de hipertensão vascular pulmonar, cor pulmonale e insuficiência respiratória aguda.
A distribuição central da gordura responde também pela maior predominância do sexo masculino no desenvolvimento de síndrome da apnéia obstrutiva do sono, enquanto a adiposidade periférica e a ausência do hormônio testosterona, possivelmente, protegem as mulheres contra as apnéias obstrutivas.
Já o envelhecimento contribui para o aumento da prevalência da síndrome da apnéia obstrutiva do sono por meio do papel no aumento progressivo da complacência das vias aéreas superiores, com consequente aumento da predisposição ao colapso.

Síndrome da apnéia obstrutiva do sono

A síndrome da apnéia obstrutiva do sono se caracteriza pela presença de sintomas diurnos produzidos por cinco ou mais eventos obstrutivos do tipo apneia e hipopneia por hora de sono (IAH = 5/h), diagnosticados por polissonografia ou pela presença do índice de apneia + hipopneia maior ou igual a 15 eventos por hora. Sintomas como hipersonolência diurna, cansaço, indisposição, falta de atenção, redução da memória, depressão, diminuição dos reflexos e sensação de perda da capacidade de organização são queixas comuns que devem servir de alerta para o possível diagnóstico de apnéias obstrutivas, quando associadas a queixas relativas ao sono noturno. O sono do apnéico pode ser muito rico em detalhes observáveis pelos familiares ou pelo companheiro de quarto. Pausas na respiração, ronco, engasgo, gemidos expiratórios (catatrenia), inquietação no leito, períodos curtos de hiperpneia ruidosa e relaxamento da mandíbula, por exemplo, são relatos comuns. O próprio paciente também pode queixar-se de cefaleia matinal, nictúria, despertar com a boca seca e dor na garganta.
O conhecimento atual nos deve orienta a ficar cada vez mais atentos ao diagnóstico de síndrome da apnéia obstrutiva do sono  em condições de anormalidades cardiovasculares do tipo insuficiência cardíaca refratária, hipertensão arterial resistente, angina noturna e arritmias noturnas, principalmente.

Sintomas da apnéia central

A clínica de um paciente com apnéia central difere daquela do paciente com apnéia obstrutiva, embora haja muitas semelhanças entre os grupos. Estudos mostram que indivíduos com apnéia central pura reclamam menos de hipersonia diurna do que pacientes com apnéia obstrutiva.

O primeiro sintoma dos pacientes com apnéia central tende a ser insônia ou algum outro distúrbio do sono, sendo comum o aumento do número de despertares durante a noite. Tais despertares podem ser acompanhados de surtos de engasgos ou diminuição do tempo respiratório, sintomas raros num paciente com apnéia obstrutiva. Depressão, diagnosticada com base em dados subjetivos e testes formais, é outro achado frequente nos pacientes com apnéia central. Estes tendem a apresentar um índice de massa corpórea dentro da normalidade, enquanto pacientes com apnéia obstrutiva clássica tendem a ser obesos.
Ainda há dúvidas quanto à frequência e à duração das apnéias centrais, necessárias para determinar sintomas clínicos, assim como ainda se questionam quais variáveis devam ser monitorizadas para prever o aparecimento de manifestações clínicas nesta doença. Admite-se que mais de 30 apnéias por noite ou cinco eventos por hora de sono, centrais ou obstrutivos, sejam considerados anormais.

Suspeita clínica de apnéia do sono

A suspeita clínica de apnéia do sono é geralmente feita pela presença de ronco e sonolência diurna, apesar de adequada duração do sono. O padrão ouro para o diagnóstico é a polissonografia. A Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono é confirmada quando da presença de índice de apnéiahipopnéia (IAH), o número total de eventos obstrutivos por hora de sono, maior ou igual a 5 eventos/hora associado à sonolência diurna ou outra manifestação de fragmentação do sono, como, por exemplo, diminuição da capacidade em se concentrar e de memória, não explicada por outras causas. De acordo com este critério, a apnéia obstrutiva do sono ocorre em 4% dos homens e 2% das mulheres com idade entre 30 e 60 anos.

Sintomas:
  • Ronco alto
  • Sonolência diurna excessiva
  • Sono não reparador
  • Relato de despertares noturnos com falta de ar
  • Déficit de concentração ou memória
Características clínicas que podem estar associados:
  • Obesidade
  • Aumento da circunferência do pescoço
  • Hipotireoidismo
  • Hipertensão Arterial Sistêmica
  • Insuficiência Cardíaca
  • Hipertensão pulmonar
  • Cor pulmonale
Sintomas atípicos:
  • Palpitação noturna
  • Cefaléia matinal
  • Enurese noturna
  • Refluxo gastrointestinal

Apnéia central

Apnéia central é um distúrbio respiratório do sono caracterizada pela cessação do fluxo aéreo por um período igual ou maior do que 10 segundos, durante o qual não se evidenciam esforços respiratórios. A etiologia da apnéia central ainda não está clara. Estudos sugerem que este distúrbio não é apenas uma doença simples, mas o resultado de diversos distúrbios respiratórios, assim como de moléstias capazes de desencadear eventos apnéicos.
A grande maioria dos casos de apnéia central apresenta, conjuntamente, eventos de apnéia obstrutiva e/ou mista, sendo raros os casos de apnéia central pura (primária). Pacientes com apnéias centrais primárias frequentemente se queixam de insônia, sono fragmentado e depressão; entretanto, não é incomum ocorrer hipersonolência nesses indivíduos, sintoma frequente nos casos de apnéia obstrutiva.
Diversos fatores devem ser analisados antes de se tomar uma conduta terapêutica para os pacientes com apnéia central. Apesar de não serem totalmente satisfatórias, as opções terapêuticas visam excluir doenças de base assim como fatores predisponentes que aumentam o índice de apnéia no paciente e, posteriormente, escolher uma conduta individualizada e aceitável por parte do paciente.

Tipos de Apnéia

Existem dois tipos de apnéia do sono, central e obstrutiva. Apnéia central durante o sono é rara e ocorre quando o cérebro falha em comandar apropriadamente os músculos para iniciar a respiração. Já a apnéia obstrutiva, que é muito mais comum, ocorre quando o ar não consegue fl uir entrando ou saindo da via aérea (nariz e boca), apesar do esforço para respirar (o comando do cérebro) existir normalmente.

Apnéia obstrutiva do sono

A apnéia obstrutiva do sono é um distúrbio muito frequente da respiração no sono, de etiologia ainda desconhecida. Sua característica principal é a ocorrência de esforços inspiratórios ineficazes, decorrentes de oclusão dinâmica e repetitiva da faringe durante o sono, que resulta em pausas respiratórias de 10 segundos ou mais, acompanhadas ou não de dessaturação de oxigênio. A apnéia obstrutiva é a situação mais grave de um espectro de distúrbios obstrutivos das vias aéreas no sono que fragmentam o sono, deterioram a qualidade de vida, aumentam o risco de acidentes automobilísticos e predispõem ao desenvolvimento de hipertensão arterial e de resistência à insulina e ao aumento do risco cardiovascular.

Índice de todos os artigos do blog relativos a apnéia do sono

Para se tornar mais fácil localizar os artigos deste blog relativos a tudo o que diz respeito a APNÉIA DO SONO, aqui fica um índice com todos os artigos:
  1. Apnéia obstrutiva do sono
  2. Tipos de Apnéia do sono
  3. Apnéia central
  4. Suspeita clínica de apnéia do sono
  5. Sintomas da apnéia central
  6. Síndrome da apnéia obstrutiva do sono
  7. Causas de síndrome da apnéia obstrutiva do sono
  8. Sintomas da síndrome da apnéia obstrutiva do sono
  9. Epidemiolodia da síndrome da apnéia obstrutiva do sono
  10. Diagnóstico da síndrome da apnéia obstrutiva do sono
  11. Tratamento da síndrome da apnéia obstrutiva do sono
  12. Tratamento da apnéia do sono
  13. Apnéia do sono, Ingestão de álcool e Tabagismo
  14. Apnéia do sono e os grandes riscos para a sua saúde
  15. Apnéia do sono e obesidade
  16. Conseqüências da apnéia do sono
  17. Distúrbios Respiratórios Relacionados ao Sono
  18. Tratamento cirúrgico da apnéia do sono
  19. Orientações para uma boa noite de sono

Politica de Privacidade

"Política de Privacidade"
"Este site pode utilizar cookies e/ou web beacons quando um usuário tem acesso às páginas. Os cookies que podem ser utilizados associam-se (se for o caso) unicamente com o navegador de um determinado computador.
Os cookies que são utilizados neste site podem ser instalados pelo mesmo, os quais são originados dos distintos servidores operados por este, ou a partir dos servidores de terceiros que prestam serviços e instalam cookies e/ou web beacons (por exemplo, os cookies que são empregados para prover serviços de publicidade ou certos conteúdos através dos quais o usuário visualiza a publicidade ou conteúdos em tempo pré determinados). O usuário poderá pesquisar o disco rígido de seu computador conforme instruções do próprio navegador. O Google, como fornecedor de terceiros, utiliza cookies para exibir anúncios neste BLOG.
Com o cookie DART, o Google pode exibir anúncios para seus usuários com base nas visitas feitas a este site.
Você pode desativar o cookie DART visitando a Política de privacidade da rede de conteúdo e dos anúncios do Google.
Usuário tem a possibilidade de configurar seu navegador para ser avisado, na tela do computador, sobre a recepção dos cookies e para impedir a sua instalação no disco rígido. As informações pertinentes a esta configuração estão disponíveis em instruções e manuais do próprio navegador".
Este site respeita e procura responder todos os e-mails enviados.
Após a leitura este site apaga todos os endereços de e-mail enviados.
Este site afirma que não utiliza e-mails para políticas de Spam ou de envio de e-mails indesejados.
Este site não se responsabiliza pelo conteúdo, promessas e veracidade de informações dos banners colocados pelos seus patrocinadores. Toda a responsabilidade é dos anunciantes.
Índice dos artigos relativos a Apnéia do Sono